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Foto do escritorPaulo Eduardo Nogueira

Coronavírus dá enorme empurrão no trabalho remoto


Está com medo de pegar o coronavírus de algum colega de empresa? Para evitar esse risco, no mundo inteiro se espalha o incentivo ao trabalho remoto/doméstico, isolando-nos dos locais por onde circulam muitas pessoas. Chamada de trabalho “remote friendly”, essa tendência já se espalhou pelas gigantes globais como Amazon, Google, LinkedIn, Microsoft e Twitter, que incentivam funcionários a eventualmente adotá-la, visando garantir que funções essenciais do negócio e tecnologias permaneçam operacionais em caso de qualquer potencial disrupção. Além disso, muitas empresas estão evitando viagens internacionais e limitando ao mínimo indispensável viagens domésticas.


Após a confirmação de um caso de Covid-19, causado pelo coronavírus, o Centro de Pesquisas Ames, da NASA, localizado no Vale do Silício, foi além e determinou que todos os funcionários trabalhem remotamente até que se faça uma varredura completa em suas instalações para garantir que não haja propagação do vírus. Não à toa já se fala que o coronavírus pode gerar “a maior experiência de trabalho remoto do mundo”.


No Brasil, essa tendência não é diferente: pesquisa divulgada em dezembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constata grande expansão no trabalho remoto: entre 2017 e 2018, o número de pessoas que passaram a trabalhar em casa aumentou 21,1%. Especialistas alertam, porém, para não se confundir o trabalho remoto (ou teletrabalho, previsto em nossa legislação) como esse “remote friendly” improvisado (situação eventual causada pela pandemia do Covid-19 que, porém, não tem o mesmo amparo legal).


Empresas locais como a Nestlé, Votorantin, Bayer e Salesforce já trocaram reuniões e viagens internacionais por videoconferências. A XP Investimentos confirmou em São Paulo o segundo caso interno de coronavírus, levando a consultoria McKinsey, localizada no mesmo prédio, a fechar temporariamente suas instalações e redirecionar suas ligações para a sede no Rio de Janeiro.


Efeitos colaterais


O trabalho doméstico remoto, porém, pode gerar alguns “efeitos colaterais” negativos, já que está sendo adotado de maneira muitas vezes improvisada. Estudo da consultoria Kaspersky, por exemplo, alerta sobre a necessidade de se adotar uma política efetiva de segurança de informação e um sistema de proteção adequado para o atual ambiente digital. Caso contrário, a empresa fica vulnerável a uma série de riscos.


O estudo constatou, entre outros problemas, que 35% das empresas pesquisadas não adotam nenhuma política de segurança corporativa sobre uso de smartphones e tablets, o que as torna vulneráveis a ataques de cibercriminosos, sobretudo com a expansão do trabalho remoto.


E pesquisa da startup portuguesa Landing Jobs, especializada em recrutamento online, revela que nada menos do que 80% dos profissionais de tecnologia de informação em Portugal apoiam o eventual trabalho remoto. O desafio, porém, é grande: embora Xerox Portugal, Worten e Farfetch, por exemplo, já o tenham adotado, a grande maioria das empresas do país ainda sofre de carências de processos online, dando mais importância a contatos orais diretos e e-mails.


Outros estudos acadêmicos revelam que, embora o trabalho remoto geralmente aumente a produtividade das pessoas, trabalhar em grupo num mesmo ambiente ajuda a solucionar problemas de maneira mais rápida e eficiente do que entre funcionários remotos, além de estimular mais a criatividade e o pensamento inovador. Passada a pandemia, na qual o trabalho remoto pode servir de precaução contra infecções, o desafio para o futuro das empresas será descobrir qual o melhor equilíbrio entre os diversos tipos de trabalho.



Paulo Eduardo Nogueira é jornalista formado Master em Jornalismo, autor do livro "Paulo Francis - Polemista Profissional" e editor do blog da Comunidade da Inovação

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