Fundada no século X, a cidade sueca de Lund é um exemplo de Economia Circular a ser seguido no século XXI: nada menos que 98% de seu lixo são reciclados, servindo de matéria prima para novos produtos. É a prática que combina uma política oficial de resíduos com ampla participação de cidadãos.
Para isso, os habitantes de Lund utilizam oito tipos diferentes de latas de lixo, espalhadas pela cidade para recolher tipos específicos de materiais: comida, vidros coloridos, vidros transparentes, papelão, papel impresso, metais, plásticos e lixo residual. Esta separação inicial é fundamental para facilitar o sistema de reciclagem que produz materiais de alto valor. Restos de comida, por exemplo, são transformados em biofertilizantes e biogás.
Além dos benefícios ambientais, essa eficiência de reciclagem também vem gerando bons resultados financeiros: empresas europeias já enviam seu lixo (como garrafas plásticas de refrigerantes) para ser reciclado em Lund e reaproveitado depois, sem a necessidade de adquirir novas matérias primas.
Curiosamente, Lund é um modelo para os próprios suecos: embora o governo central afirme que 99% de seu lixo é “reciclado”, na verdade o termo é impreciso, pois boa parte dele não serve de matéria prima para novos produtos. Mais de 50% do seu lixo simplesmente é incinerado (prática chamada nos Estados Unidos de “transformação” e não “reciclagem”) para produzir calor e energia, gerando, porém, dióxido de carbono, que pode provocar alterações climáticas segundo alertam alguns especialistas.
De qualquer forma, a Europa se coloca na vanguarda da Economia Circular, conforme constatou a recente Conferência Anual das Partes Interessadas para a Economia Circular, realizada em Bruxelas. Relatório elaborado pela Comissão Europeia constatou que nada menos de 54 ações estabelecidas em plano aprovado em conferência de 2015 já foram concluídas ou estão em fase final, tornando os europeus líderes nessa área, graças a iniciativas pioneiras que vão gerar investimentos, empregos e novas empresas.
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